quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Com o Tempo...


Ás vezes queria que…
Que o tempo parasse!
Só para que o Tempo…
Não nos separasse…
Só para que o Tempo…
Não nos afastasse…
Não quero olhar para trás
Quero apenas e só
Ver o que o tempo nos trás

Contigo!
Quero vencer os medos que o tempo me trouxe
…fosse do que fosse
Com o tempo quero que me apagues as sequelas
De caminhos perdidos por onde andei
Feitos de estradas velhas
De vidas paralelas
De calçadas gastas pelo tempo
De ruelas esburacadas
Feitas de lágrimas disfarçadas
de palavras amargas, deitadas ao vento.

Contigo…
Com o tempo
Talvez reaprenda
A escutar
Vou planear e fazer de tudo para te alcançar
A pouco e pouco
Vou deixar a musica entrar
Vou deixa-la suavemente pairar
A pouco e pouco
Vou acordar
A pouco e pouco
Vou despertar
A pouco pouco
Vou-me entregar
A pouco e pouco
Vou-me deixar levar

Contigo!
Devagar
Quero de novo viajar
Quero de novo desejar
Quero de novo saborear
Quero de novo sonhar
A pouco e pouco
Sem pressa de chegar
Só e simplesmente, te Amar!
J.A.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Silêncio...

Pronto! Finalmente podes descansar
Finalmente repousar
Podes definitivamente acalmar
Não, não te vou procurar

Pronto, podes finalmente parar de sufocar
Pronto, podes finalmente parar de te atormentar
Essa tua ânsia platónica
de que algum dia
me irias Amar
Não, não te vou procurar

Desta vez quero sentir o verbo Amar
Emprega-lo em todas as formas que há de Amar
Sim, quero sentir que me procuras
Sim, quero sentir o que sonhámos

As loucuras que escrevemos
Os sonhos que prometemos

Sabes, esta noite fizeste-me falta (já dizia Inês Pedrosa)
Tive saudades de não repousar
Tive saudades de não descansar
Tive saudadas de não acalmar
Mas sossega, porque desta vez ...

Não te vou Procurar


Desta vez vou-me silênciar
Não me vou entregar
Desta vez vou esperar

Mas não te vou procurar

Desta vez

Vou abracar-te
...em silencio
Vou beijar-te
...em silencio
Vou amar-te
...silencio
Vou agarrar-te
...em silencio
Vou desejar-te
...em silencio
...em silencio
...em silencio


J.A.

domingo, 26 de agosto de 2007


Vieste curiosamente espreitando
Entreabriste a porta e eu deixei-me levar pelo teu encanto

Ouviste, calaste...Deixaste!
Tocaste-me a alma...Beijaste!
Fizeste-me perder a noção
O teus seios estão ainda nas minhas mãos

Tenho saudade de tanto amor
Dos teus lábios ainda sinto o sabor
O ardor de tanto beijar
O doce cansaço de te amar

Entre olhares de desejos
E musicas tocadas
Exploramos momentos
Ouvimos melodias
Tocámos concertos


Acordámos com a chuva
Encharcados no suor
Molhados no prazer
Explorámos encantos
Trocamos caricias
Beijámos recantos
J.A.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Vicio

Esse vicio de te amar
Esse vicio de te querer
Quero sentir te nas veias a correr
Quero sentir na pele...
o teu escorrer
Não, ja não me consigo conter...
a repetidamente te desejar
a repetidamente te ter

Esse vicio de te olhar
Esse vicio de te desejar
Quero sentir me o teu mar
Quero sentir me no teu ser
e repetidamente te abraçar
e repetidamente te beijar

Não, não me quero curar
Só te quero mesmo...
Viciar!


J.A.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Irrita-me

Irrita-me não te conseguir esquecer
Irrita-me não te querer
Irrita-me não te ter
Irrita-me ver-te aos poucos perder
Irrita-me de tantas outras vezes, tanto te querer
Irrita-me não te possuir no amanhecer


J.A.

domingo, 24 de junho de 2007

Tempo...

Passado tanto tempo já não causas em mim esse tremor, que outrora me matava com o olhar.
Lembro agora com um leve sorriso que me apaixonei por ti, mas não foi paixão a primeira vista.

Foi acontecendo devagarinho foste entrando em mim entre avanços e recuos, tentámos jogar o jogo da verdade ou consequência,claro está eu perdia sempre, a tua rara beleza e a tua excessiva auto estima por vezes irritava-me e causava-me um misto de raiva e de orgulho por ter a sensação que só pertencias a mim.
Do abraço ao toque, do toque as carícias foi um passo.
Essas carícias desencadearam um processo químico nunca visto…
O toque, o beijo, o doce odor, o olhar … absorvia-nos.
Todo o mundo podia cair a nossa volta mas o quarto, a sala, o corredor, a cozinha, as escadas, a praia, a montanha, independentemente de onde estivéssemos a amarmo-nos fazia parecer que mais nada existia.
E esse fogo ia-nos consumindo a pouco e pouco e lentamente até que ao fim de alguns meses ia-se extinguindo, sem que qualquer um de nós fizesse o mínimo esforço para reacende-lo, e apercebíamo-nos disso, mas fingíamos não estar a acontecer.
O quotidiano, o emprego, o stress, eu sei lá mais o quê eram desculpas silenciosas mais que suficientes para aquilo que se ia desmoronando dia após dia, mês após mês.
Por fim duvidamos de tudo, pomos tudo em causa, a culpa é dos pais meterem o "bedelho" em tudo, é da criança que passa a vida a fazer birras, é do telefonema do amigo, que para nós passa a amante, mas porquê ciúme? "afinal ela está a ficar com aquele papo debaixo do queixo", ele deixou crescer a barriga, as marcas da idade outrora charmosas deram lugar a defeitos irreversíveis só ultrapassados (achamos nós) com a incessante busca de “ carne fresca “ repartida entre “nights” de boémia, "quecas" mal dadas e noites mal dormidas.

É como se quiséssemos ser realizadores e actores de um filme com o título de “em busca da juventude perdida” com a duração de um mês, um ano se tanto.
Depois, quando o filme acaba, ficamos ali no sofá com saudades do riso das crianças e daquela cara com o papo debaixo do queixo que no fundo até lhe dava um certo charme e aquela barriguita descaída que já conhecia todos os defeitos, virtudes, hábitos e todas as formas que há de amar.

Planar...


Vieste suavemente planando
Entraste em tom brando,
Ecoava em fundo um jazz contemporâneo
Um vinho respirava em cima do piano

Não me abrandaste o ímpeto de te querer
Não fizeste um gesto quando te despi para te ter
Não quebraste o silêncio quando tocava a balada do prazer

Não me paraste quando te beijei o peito
Não me negaste quando te apertei contra o canto
Fizemos do chão o manto
Do nosso Amor e outro tanto

Abriste te em flor
Tocaste as notas do amor
Foi um misto, o prazer e a dor

Brotaram lágrimas por finalmente te ter
Ver a tua silhueta esbater
Em contraste com o amanhecer


Na parede do quarto escorria o suor
Já não havia mais pudor
Parei o tempo, podia até morrer

terça-feira, 19 de junho de 2007

Tributo ao Mar


Mar que encantas mar que danças
Mar que vens mar que vais
Mar que afundas os segredos de vidas
Mar de recordações, de paixões vividas

Mar de beleza onde gosto de fundear
Mar de luar onde gosto de amar
Mar de lembranças, doces ternuras
Mar de luxurias, onde vivo aventuras

Mar de silêncio, mar de naufrágios
Mar de tormentos, corações destroçados
Mar de lágrimas, vidas tirastes
Mar de heróis e batalhas audazes

Mar de desejo que não me canso de olhar
Mar de murmúrios onde me deixo embalar
Mar das Naus catrinetas e caravelas
Mar que inspiras platónicos e poetas

Mar que encantas mar que danças
Mar que vens, mar que vais
Mar azul quão mar imenso
Mar salgado …doce momento
J.A.

Quero-te.....




Amo-te da mesma maneira
Que o mar entrelaça a areia…
Olho o teu corpo deitado em silêncio
Delicado numa geometria perfeita
Vou despir-te de preconceitos muito lentamente
Quero ficar suavemente dormente
Vou deixar crescer esta vontade crescente
De te Amar…
Que me sabe a Sal …
Que me sabe a Mar…

A minha boca caminhando na tua
Devagar e lentamente..Sem pressa!
Impressa na doçura da tua boca já nua

Gosto de sonhar
Com as tuas ancas…violentas!
Mantêm vivas as minhas loucuras…Obscenas!
Encadeiam-se em ritmos alucinantes, diria …Perfeitos!
Doces os teus pecados, firmes em forma de desejos…Os teus Seios!
Por fim entrelaçamos com força os nossos vinte dedos …Extasiados!

Sempre que penso em ti
Vens em desordem pelo ar
Na minha memória aflita, com pressa de te ter
De te Beijar…
De te Amar…
De te Alcançar…
Depois, bem, depois, sinto pavor
Só de pensar se algum dia te vou perder

Assim, na madrugada
Vou atravessar o teu corpo como farpas
Vou deixar-te as minhas marcas

Deixa-me ficar preso nas tuas amarras
J.A.

Imaginei um retrato de ti...


Gosto de Imaginar-te deitada
No leito, o teu corpo em contra luz, desenhado a pincel.
Faz-me lembrar toda a beleza de um nu de Monët
Tens como fundo uma janela de quarto no qual deslumbro o Sena
Um pássaro esvoaça…
Os sentimentos assolam…
As horas voam…
O tempo passa..
O céu num tom de mate
O sol dormente, envergonha-se perante um quadro de tão rara beleza.
A noite cai..
Adormeço… o cansaço vence.


Gosto de Imaginar-te deitada
Temperas-me a alma
Despertas-me sentimentos
Avivas-me os sentidos…
Jogas com os meus desejos
Arrancas-me arquejos.
Matas-me com perversões
Crias-me anseios
Cubro-te de beijos
Os teus peitos
Sinto-te ardente,
Quente,
E depois num mar crescente de espasmos e orgasmos
Damos á praia molhados, cansados……exaustos!

Gosto de Imaginar-te deitada,
Pensativa, distante, ausente,
No labirinto e na imensidão dos sentidos,
Duvidas do que sinto,
nessas alturas passo despercebido,
Gosto de vaguear sozinho, nem sei já o que sinto.
Gosto de me sentar numa pedra junto ao mar,
A divagar
A escrever
A pensar
A questionar, se te devo querer….
Se te devo desejar…
O que me leva a amar-te e procurar…
Será que me devo entregar e até me apaixonar,
talvez nem deva questionar.

Imagino-te deitada,
A tua imagem retorna,
O teu olhar doce volta,
A tua voz sossega-me,
Os teus lábios entreabertos chamam-me,
Teu cabelo, o recife de coral onde me embrenho,
E a tua pele o sal.
E o teu corpo o mar…
Ousado…
Revolto…
Sereno…
Perigoso…
Torna-se de novo a fonte do meu desejo
No qual me deito,
Embriago,
Adormeço,
e tantas outras me sacio e enlouqueço.
J.A.