terça-feira, 19 de junho de 2007

Imaginei um retrato de ti...


Gosto de Imaginar-te deitada
No leito, o teu corpo em contra luz, desenhado a pincel.
Faz-me lembrar toda a beleza de um nu de Monët
Tens como fundo uma janela de quarto no qual deslumbro o Sena
Um pássaro esvoaça…
Os sentimentos assolam…
As horas voam…
O tempo passa..
O céu num tom de mate
O sol dormente, envergonha-se perante um quadro de tão rara beleza.
A noite cai..
Adormeço… o cansaço vence.


Gosto de Imaginar-te deitada
Temperas-me a alma
Despertas-me sentimentos
Avivas-me os sentidos…
Jogas com os meus desejos
Arrancas-me arquejos.
Matas-me com perversões
Crias-me anseios
Cubro-te de beijos
Os teus peitos
Sinto-te ardente,
Quente,
E depois num mar crescente de espasmos e orgasmos
Damos á praia molhados, cansados……exaustos!

Gosto de Imaginar-te deitada,
Pensativa, distante, ausente,
No labirinto e na imensidão dos sentidos,
Duvidas do que sinto,
nessas alturas passo despercebido,
Gosto de vaguear sozinho, nem sei já o que sinto.
Gosto de me sentar numa pedra junto ao mar,
A divagar
A escrever
A pensar
A questionar, se te devo querer….
Se te devo desejar…
O que me leva a amar-te e procurar…
Será que me devo entregar e até me apaixonar,
talvez nem deva questionar.

Imagino-te deitada,
A tua imagem retorna,
O teu olhar doce volta,
A tua voz sossega-me,
Os teus lábios entreabertos chamam-me,
Teu cabelo, o recife de coral onde me embrenho,
E a tua pele o sal.
E o teu corpo o mar…
Ousado…
Revolto…
Sereno…
Perigoso…
Torna-se de novo a fonte do meu desejo
No qual me deito,
Embriago,
Adormeço,
e tantas outras me sacio e enlouqueço.
J.A.

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